COMPOSITORES BRASILEIROS – “O MAGO DO ACORDEON”
Antenógenes Honório da Silva, mineiro de Uberaba, nascido em 30 de outubro de 1906, foi um acordeonista e compositor brasileiro. Era filho de Olímpio Jacinto da Silva, serralheiro, ferrador de cavalos e acordeonista, e de Maria Brasilina de São José. Frequentou a escola por apenas dois anos, começando a trabalhar muito cedo. Já nessa época, tocava acordeão e compunha.
Em 1927, trabalhando como servente de pedreiro, mudou-se para Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, e iniciou sua carreira artística. No ano seguinte, na capital paulista, começou a tocar na Rádio Educadora. Em 1929, gravou seus primeiros dois discos na Victor, interpretando o choro Gostei da Tua Caída, o maxixe Saudade de Uberaba, e as valsas Norma e Feliz de Quem Ama, todas de sua autoria. Gravou também na Orion e na Arte Fone. Em 1931, casou-se com Marcília Marinari, violinista e locutora com o nome artístico de Léa Silva, que, depois de atuar na Rádio Nacional, foi para os Estados Unidos trabalhar na CBS e na NBC.
Foi o primeiro a tocar música lírica no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Nunca deixou de se aperfeiçoar, tendo aprendido harmonia, solfejo e orquestração com Guerra Peixe. Foi também professor de Luiz Gonzaga, quando este ainda era não era famoso.
Em 1949, tendo concluído o curso primário em São Paulo, fez o ginásio em Niterói, formando-se depois em química industrial.
Antenógenes sempre manteve uma atividade paralela à vida artística, como comerciante de queijos. Depois de se formar, fundou o Laboratório Creme Marcília no Rio de Janeiro, do qual foi diretor-presidente.
Em 1957, ganhou o primeiro lugar no concurso patrocinado pela fábrica de gaitas Hohner, realizado em Trossingen, na Alemanha, Recebeu na Alemanha o prêmio de maior sanfoneiro de oito baixos do mundo.
Nessa ocasião, recebeu convite para apresentações no Conservatório de Paris. Dois anos depois, fundou a Rádio Federal de Niterói, que ajudou, literalmente, a construir com as próprias mãos.
Conhecido como O Mago do Acordeão, tem uma extensa discografia. Durante muitos anos, manteve no Rio de Janeiro uma escola de acordeão, com cursos de teoria, solfejo e harmonia. Compôs valsas, tangos, xotes, mazurcas, sambas, rancheiras e outros ritmos. Gravou mais de 130 composições de sua autoria sozinho ou com diversos parceiros.
Gravou mais de 130 composições de sua autoria sozinho ou com diversos parceiros.
Entre seus maiores parceiros está Miguel Lima, com quem compôs entre outras, a valsa "Isa", as marchas "Cantor de rádio" e "Alegria" e o samba "Mulher bonita". Em 1961 gravou na Odeon as marchas "Pisando na brasa" e "Marcha dos candangos
Impulsionou a carreira no rádio de inúmeros artístas entre os quais Jamelão, Dilu Melo, Gilberto Alves e as Irmãs Pagãs. Foi o grande incentivador do chamado choro mineiro, mais chegado para a valsa. Entre seus sucessos estão "Pisando corações", "Santa Terezinha", "Suely", "Uma grande dor não se esquece", e "Saudades de matão", esta última em parceria com Raul Torres e Jorge Gallati.
Antenógenes Silva faleceu em 09 de março de 2001 no Rio de Janeiro, aos 94 anos, vítima de insuficiência renal.
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