COMPOSITORES BRASILEIROS - "ZÉQUINHA DE ABREU "
José Gomes de Abreu (Zequinha de Abreu) nasceu na cidade de Santa Rita do Passa Quatro, no interior do estado de São Paulo, em 19 de setembro de 1880, e faleceu em São Paulo/SP, em 22 de janeiro de 1935.
Já aos seis anos de idade conseguia tirar melodias numa flauta; pouco depois, ao ingressar na escola de São Simão, vila vizinha de sua terra natal, começou a estudar rudimentos de música com Dionísio Machado. Ainda no curso primário organizou uma bandinha, da qual era regente.
Em 1917, num baile do Grêmio Literário e Recreativo de Santa Rita do Passa Quatro, apresentou uma composição nova, um chorinho ainda inacabado e sem nome; os pares pulavam tanto que observou, ao pessoal da banda, "até parece tico-tico no farelo..." Estava lançada a sua mais famosa composição; no entanto, com o título de "Tico-Tico no Fubá", só foi editada em 1930 e, com a letra escrita em 1931 por Eurico Barreiros, só foi gravada em 1942 por Ademilde Fonseca. Dez dias antes, porém, Alvarenga e Ranchinho tinham gravado o choro com uma letra curta de Alvarenga e o subtítulo de "Vamos Dançar Comadre"; e, nos E.U.A., Carmen Miranda já a vinha cantando com outros versos de Aluísio de Oliveira. Utilizado em 1943 por Walt Disney em seu filme "Saludos Amigos" (Alô Amigos), o "choro-sapeca" tornou-se uma das músicas brasileiras mais conhecidas e gravadas no mundo inteiro.
Por volta de 1918 compôs a valsa "Branca", outra composição marcante em sua obra, em homenagem à filha do chefe da estação ferroviária, Branca Barreto. Em 1920, depois da morte do pai, estabeleceu-se com a família em São Paulo, onde passou a trabalhar como pianista demonstrador da Casa Beethoven. Sempre compondo, conseguiu emprego na orquestra do Bar Viaduto, tocando em muitos dancings e cabarés das avenidas São João e Ipiranga. Em 1924 escreveu "Sururu na Cidade", composição bem humorada sobre os dias agitados da revolução de 1924, que fez grande sucesso. Nesse ano os Irmãos Vitale editaram sua valsa "Branca", que se tornou o primeiro grande sucesso da nova editora musical. Para reforçar o orçamento doméstico, costumava percorrer casas de famílias abastadas, interpretando ao piano suas composições e vendendo as partituras.
Recebendo letras de parceiros, outras foram gravadas por cantores como Francisco Alves, que pôs em disco o samba "Pé de Elefante" (com Dino Castelo), em 1927, as valsas "Aurora" (com Salvador Morais) e "Rosa Desfolhada" (com Dino Castelo), em 1929, e "Amor Imortal" (com João de Barro), em 1933, e Celestino Paraventi, que interpretou as valsas "Tardes em Lindóia" (com Pinto Martins) e "Longe dos Olhos" (com Salvador Morais), em 1930. Nos últimos anos de vida, foi várias vezes ao Rio de Janeiro, conhecendo, através do compositor Bororó, o poeta Catulo da Paixão Cearense.
Em 1933 foi fundada a Banda Zequinha de Abreu, com 25 figurantes. Dezessete anos depois de sua morte, a Companhia Vera Cruz produziu o filme "Tico-Tico no Fubá", dirigido por Fernando de Barros e Adolfo Celi, baseado na vida do compositor.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira
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