HISTÓRIAS DA MÚSICA SERTANEJA (UM BOLERO SERTANEJO)
BONECA COBIÇADA
Bolinha (Euclides Pereira Rangel) é o autor da letra da música “Boneca cobiçada”, que na época ainda se chamava “Enganada” e pediu à Biá que fizesse a música. Por sugestão de Bolinha, Biá inicialmente tentou utilizar o ritmo da Guarânia (gênero musical de origem paraguaia muito utilizada em músicas sertanejas na época), mas depois de algumas tentativas observou que a condução não combinava com história, então decidiu utilizar na melodia o ritmo do Bolero, ritmo este que ele tocava muito em sua juventude e em casas noturnas na sua cidade natal (Coromandel-MG), que fazia muito sucesso na época. Com a junção do bolero à música sertaneja, surgiu um novo ritmo chamado de Bolero Sertanejo ou Bolero de Dueto.
Em 1956, Palmeira e Biá faziam parte do elenco contratado da gravadora RCA Victor (atual Sony Music). Naquela época, os discos eram gravados no formato de 78 rotações (78 rpm), que tinha a capacidade de cerca de cinco minutos de música em cada lado. Então, devido a esta limitação eram prensados apenas duas músicas por disco. Foi neste formato que a dupla lançava naquele mesmo ano de 1956 um disco contendo as músicas “Menino Pobre” e “Recordações de Mato Grosso”.
Palmeira e Biá participavam de muitos programas de rádio cantando suas músicas, entre elas o novo ritmo. Diante do sucesso, a dupla começou a receber diversas cartas pedindo a gravação da canção Boneca Cobiçada. Foi então que Palmeira foi até o Diretor da gravadora, Jairo Rodrigues, e despejou as cartas recebida dos fãs sobre a mesa dele, a fim de convencê-lo a gravar a música. Surpreendido pela situação, o Diretor não viu outra forma senão atender o seu pedido. Então, enviou a dupla imediatamente ao Rio de Janeiro (nesta época, os discos eram gravados nesta cidade), para realizar a gravação do “novo sucesso”. Feito a gravação, a dupla viajou para o estado do Mato Grosso, a fim de atender uma agenda de shows. Vinte dias depois, quando voltaram à São Paulo, a gravadora informou à eles que já haviam vendido cerca de 50.000 cópias do disco, surpreendendo assim até os próprios cantores.
Esse bolero tornou-se um clássico não só na música sertaneja, mas também na MPB de um modo geral, já que também foi gravado por diversos artistas, como Carlos Galhardo, além de ter dado origem a um filme homônimo.
No total, a música boneca cobiçada, permaneceu por mais de 10 semanas nas paradas de sucesso, o disco vendeu mais de 500.000 cópias e tornou-se um clássico da MPB, pois incluiu novas temáticas, instrumentos e arranjos.
A música Boneca Cobiçada já foi interpretada e regravada por diversos artistas entre os quais, Carlos Galhardo - um dos grandes cantores da era do rádio, conhecido como o Rei do Disco (Disco: 78rpm contendo as músicas Boneca Cobiçada/Morreu meu Coração – Ano: 1957). Pedro Bento e Zé da Estrada (Disco: Os Amantes da Rancheira – Ano: 1998) e Milionário e José Rico (Disco: Milionário & José Rico, Vol 23 – Ano: 1999).
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